Rio de Janeiro, RJ

ouço os galhos do abacateiro se mexendo e os gambás passeando

Nesse momento vejo estrelas na TV e ao passar os olhos por minha estante de livros e discos, mas no céu nublado desta madrugada chuvosa não se vê nenhuma.

Entre tantos profissionais, os jornalistas e os entregadores de comida.

Moro no subúrbio da cidade do RJ, mais ou menos 50km dos cartões postais, em Campo Grande, bairro mais populoso do BR

caos, beleza natural, praia, biscoito globo, mate, pao de açúcar, buteco, beber em pé na calçada, calçadão de Copacabana

Me apresentando suas contradições e a necessidade de me adaptar para viver com tranquilidade

O Rio de Janeiro tem portais. Cada esquina de cada bairro te leva à um mundo diferente. Andar pelos labirintos da cidade me fez atenta e forte, divina e maravilhosa, mas ansiosa, com síndrome do pânico e cansada também. Ninguém pode viver no Rio sem saber o que tá fazendo. Uma explosão de sentimentos iluminados e podres. Um belo contraste rs

Minha cidade me moldou pq ela é a materialização do tempo que eu percorro todos os dias

percorria* (corrigindo devido a pandemia)

11 - o caos das ruas, com gente nos bares, na calçada da praia, ou quiosque me fez ser uma pessoa que gosta de gente, e movimento.

A beleza natural do Rio tb me inspira todo dia, criando um olhar de contemplação pela janela.

Duas casas cheias de gatos e um hospital ao fundo

Meus avós maternos, minha tia, meu primo... outros primos distantes e mais algumas outras pessoas que sempre vi. "Conheço"quase todos da rua, sempre morei no mesmo lugar.

Minha cidade tem cheiro de maresia, terra molhada, flor, suor e pneu queimado. Acho que é uma mistura desses cinco elementos (de verdade).

  • Meu ventilador;
  • a televisão no quarto da minha mãe ligada no Jornal Nacional;
  • o som da televisão do quarto da minha irmã em algum desenho;
  • som do meu teclado.

Os sons do 'Jornal Nacional', do burburinho do bar vizinho e de carros passando pela rua.

Uma batucada na tv. Um show ao vivo com muita aglomeração.

1.programa "que seja doce", da GNT
2.música do vizinho que não compreendo bem
3.com o fone em uma das orelhas escuto "Cold contagious", do Bush
4.minha mãe coçando a perna

carros passando na estrada lá longe, moto acelerando, televisão ligada na sala, meus dedos teclando, meu pai bocejando, notificação do whatsapp...

vozes femininass, barulho de carro andando, pata de cachorro no chao

Bairro Catete. Mesmo sendo longe de casa, foi onde fiz Teatro quando era criança. Lembro dos meus pais me levando, dos colegas de classe, do bairro, do professor. A turma era quase toda de terceira idade. Pensar que muitos provavelmente não estão mais aqui aperta meu coração. Sempre que passo pelo Catete, esse filme passa na minha cabeça.

A primeira visita à quadra da escola de samba Mangueira.

fim de tarde na mureta da urca com os amigos, ouvindo as ondas e sentindo o vento bater no rosto