É quase impossível não associar a cidade aos afetos e desafetos que temos pelos espaços. Bem como, não associar o que somos ao lugar que nascemos. Há uma linha que guia o sensível e o real, que entrecorta a trama das experiências e os percursos de cada destino, e que, consequentemente, tem como ponto de encontro as ruas da cidade que nasci, as emboladas de coco no Calçadão da Cardoso Vieira, as conversas que escuto quando passeio pelas Rua das Castanholas ou o forró que só sei dançar direito porque nasci aqui, há um ritmo que sai do pandeiro de Jackson, passeia pela minha memória e deságua na minha identidade. Na minha fala. No meu jeito de ser. Chico Science estava certo ao falar na música Passeio No Mundo Livre que: “Um passo à frente e você não está mais no mesmo lugar”. Estar em Campina Grande é nunca estar no mesmo lugar. É enxergar sempre espaços diferentes. Ocupados por pessoas diferentes a cada momento, mesmo sendo sendo elas as mesmas de sempre. É não ser a mesma de sempre. É aceitar que estou em uma constante mudança. É a cidade estar em uma constante mudança. E a gente se moldar a partir disso.